Markup e margem de contribuição

Markup e margem de contribuição

08 Março, 2024

Eai! Tudo bem? Seja muito bem vindo(a)! Bom, imagino que todos que lidam com vendas, pelo menos alguma vez, já sentiram certa confusão ao tentar entender a diferença entre markup e margem de contribuição. Por serem coisas parecidas, mas ao mesmo tempo distintas, podem confundir nossa cabeça, principalmente em momentos em que devemos decidir qual método adotar para nosso negócio 😬.

Você sabe a diferença entre markup e margem de contribuição? Sabe a importância que cada um tem para os diferentes objetivos que existem no mercado? Mas, principalmente, você sabe qual dos dois se encaixa melhor para sua estratégia?

Seja para fins de esclarecimento profissional, ou apenas conhecimento, estamos aqui para te ajudar com isso.

Markup

De maneira geral, Markup é um índice, calculado a partir do preço de custo dos produtos de uma empresa. O cálculo não é tão simples e, a depender de seu objetivo, exigirá mais ou menos esforço.

Há duas formas de se calcular o Markup: através da divisão ou através da multiplicação. A melhor maneira vai depender de como sua empresa opera.

Caso seu negócio possua custos variáveis muito diferentes de um produto para o outro, o mais aconselhável é utilizar a fórmula da divisão, pois assim você estará levando em consideração os valores gastos particularmente com cada produto:

Markup por divisão:

100/ 100 - ( CF+ CV+ ML)

CF = Custo Fixo (%) CV = Custo Variável (%) ML = Margem de Lucro (%)

Caso a diferença de gastos variáveis (embalagens, comissões, entrega, taxas, etc) entre um produto e outro não seja significativa, podemos utilizar o markup por multiplicação, que consiste em um cálculo bem mais simples, onde a única informação necessária é o preço de custo do produto, e quantas vezes esse valor você deseja receber em retorno.

Exemplo:

Ao decidir um markup de 2, isso quer dizer que, ao vender uma unidade de seu produto, o retorno monetário lhe permitirá adquirir duas unidades na próxima compra (considerando o preço de custo constante).

Em casos como esse, em que o cálculo é feito apenas com o preço de custo dos produtos, o processo é um pouco mais simples, mas não tão focado em lucratividade. Obviamente o lucro é um objetivo comum entre lojistas, e isso não quer dizer que haverá algum tipo de prejuízo, mas justamente por não levar em conta os custos fixos e variáveis, este cálculo retorna, de maneira crua, apenas o quanto esse valor favorece seu estoque.

Markup por multiplicação:

PF = PC x 2

PF = Preço Final ( preço de venda) PC = Preço de Custo 2 = multiplicador markup ( quantas vezes, do que foi investido, retornará diretamente)

Porém, você pode utilizar a fórmula do markup por multiplicação, já embutindo seus custos fixos dentro do valor pelo qual o produto foi adquirido (preço de custo).

Exemplo:

Imagine que você tem uma loja de tênis e está prestes a calcular o preço de venda de seus produtos através do markup por multiplicação. Como os custos devem ser levados em conta, vamos supor que seus custos fixos totais por mês equivalem a R$1500,00, e que você possui 300 tênis sendo vendidos mensalmente, esperando para serem precificados. Se você diluir estes R$1500,00 sobre as vendas, a adição de R$5,00 por produto vai garantir que o valor integral de seus custos fixos sejam cobertos no final das vendas. A fórmula ficaria assim:

PF = (PC+ (1500/300)) x 2 PF = (PC + 5) x 2

A partir do momento em que seu preço de custo é definido e inclui seus custos fixos, o cálculo toma uma forma mais voltada para lucratividade, visto que mais despesas estão sendo levadas em consideração, então o lucro se torna mais significativo no retorno final.

Margem de contribuição

A margem de contribuição, por outro lado, é a maneira mais simples para quem tem fins lucrativos em seu negócio. O cálculo da margem de contribuição tem como base o preço de venda e não o preço de custo, como era o markup:

Margem de contribuição:

MC = (PF - (PC+ CV))

MC = Margem de Contribuição PF = Preço final ( preço de venda) PC = Preço de Custo CV = Custos Variáveis

Esta fórmula retorna exatamente o quanto resta do preço final de venda, para cobrir os custos fixos e o lucro.

Exemplo:

Imagine que você tem uma loja de jóias de prata e está vendendo um pingente por R$180,00. Supondo que o preço que você pagou para adquiri-lo foi R$65,00 e que os custos variáveis ( embalagem, lacinho, imposto, entrega, comissões do marketplace, etc) somam R$35,00. Ao total, sua margem de contribuição por esse produto é de R$80,00.

Isso é o que sobra para suas despesas fixas e para seu lucro com esta venda. A partir disso, a depender de quem mais está trabalhando com você e quanto isso contribui para a loja se manter sozinha e seus objetivos, cabe ajustar a margem de contribuição de seus produtos e, consequentemente, o valor final de venda.

Se os custos fixos ultrapassarem R$80,00, isso indica prejuízo. Caso sejam equivalentes a R$80,00, isso indica o ponto de equilíbrio da empresa, ou seja, o único ponto onde não há prejuízo, nem lucro. Por último, caso os custos fixos sejam inferiores a R$80,00, o produto retorna lucratividade.

A margem de contribuição é muito utilizada atualmente e pode te ajudar a tomar decisões importantes sobre o retorno que seu negócio tem.

E então, qual é o melhor?

Bom, foram citadas diferentes formas de calcular o melhor preço de venda para sua empresa. Seja com o intuito de gerar estoque e crescer no mercado antes de pensar diretamente em lucro, ou com o intuito de já iniciar girando caixa para que o lucro cresça desde o início, não existe fórmula certa, pois não há objetivo certo, existe apenas a fórmula certa para seu objetivo.

Apesar de tudo que foi citado, há inúmeros outros fatores que influenciam na hora de precificar algum produto, isso é uma tarefa que exige análise de mercado, pesquisas de concorrentes e um jogo de cintura que possa te ajudar a baixar ou aumentar o preço de determinados produtos no momentos certo, para ganhar visibilidade, e assim, alavancar vendas e crescer no mercado.

Além disso, é necessário se organizar com relação a todas as despesas possíveis, para que não haja aquela surpresa desagradável no final do mês vendo que os lacinhos de embrulho de R$1,00 não foram contabilizados. Mesmo sendo baratos, no final, 600 lacinhos de 1 real não deixam de ser R$600,00 reais que ninguém esperava🙃. A depender da empresa, pode fazer muita falta.

É isso, pessoal!

Esperamos ter ajudado no que procurava,

Se houver alguma dúvida ou sugestão, por favor, sinta-se à vontade para compartilhar.

Estaremos aqui para responder, e lembre- se, sua dúvida pode ajudar outra pessoa!😃

Abraço! Até a próxima.🩵

Escrito porManuela Mioni

Assessora de marketing da Hooklab e graduanda em economia na UFSC. Ocupada com esportes, exatas e assuntos sobre a mente.